quinta-feira, 1 de março de 2012

APOSTILA DE ÁLGEBRA 01-03-12


AUTARQUIA EDUCACIONAL DE AFOGADOS DA INGAZEIRA                                -                      AEDAI
FACULDADE DE FORM. DE PROFESSORES DE AFOGADOS DA INGAZEIRA      -                  FAFOPAI
CURSO: MATEMÁTICA;PERÍODO: 7º  DISCIPLINA: ÁLGEBRA ABSTRATA
PROFESSORA: LUCIA MARIA DE QUEIROZ CAMPOS

UM MINI-CURSO DE ARITMÉTICA DOS INTEIROS
1.       O PRINCÍPIO DO MENOR INTEIRO
Todo subconjunto não vazio A do conjunto Z dos números inteiros, limitado inferiormente, possui um primeiro elemento, menor que os demais elementos de A, a que chamaremos de mínimo de A. E todo subconjunto B de Z, não vazio, limitado superiormente, possui um último elemento, maior que os demais elementos de B, a que chamaremos de máximo de B.
2.       VALOR ABSOLUTO OU MÓDULO
DEFINIÇÃO 1.1 Para cada inteiro x define-se o inteiro valor absoluto de x ou módulo de x, denotado por , pela igualdade:



     Proposição 1.1 Para cada x, e cada y, x e y inteiros, tem-se
1.      
2.      
3.      
4.      
5.      
3.       MÚLTIPLOS E DIVISORES
         DEFINIÇÃO 1.2 Dados dois inteiros a e b, dizemos que
• a divide b, ou que
• a é divisor de b, ou que
• a é fator de b, ou ainda que
• b é múltiplo de a,
Se existe um inteiro c, tal que b = a .c.
        OBSERVAÇÃO1.1Se a e b são inteiros, escrevemos aǀb para denotar que a divide b. Se a não divide b, denotaremos ałb.
        OBSERVAÇÃO 1.2 Ao denotar que a divide b, não escreva a / b e nem tampouco a \ b. Lembre-se que a / b denota a fração a sobre b no conjunto dos números racionais. Já a \ b, com a e b inteiros é notação que carece de significado.
         EXEMPLO 1.1
• 2 ǀ (-6), pois -6 = 2 . (-3)
• Para cada inteiro a, a ǀ ae a ǀ 0, pois, respectivamente, a = a.1 e 0 = a.0
• 0 ǀ 0 (zero divide zero!), pois 0 = 0 . c, para qualquer inteiro c∀m,n
• 0 ǀ a ↔ a = 0. De fato, 0 ǀ a ↔ a = 0. C = 0, para algum inteiro c.
           PROPOSIÇÃO 1.2 Para cada a, cada b, e cada c, todos inteiros,
1.       a ǀ a
2.       aǀb e bǀa  ↔ a = ±b
3.       aǀb e bǀc =>aǀc
4.       aǀb e aǀc =>aǀ(mb±nc),Z
5.       aǀbaǀ (b±c)
DEMONSTRAÇÃO sejam a, b e c números inteiros. Então
2. aǀb e bǀa  para certos inteiros x e y 
Se a = 0, então b= ax =0
Se a 0, então a = a(xy)
Logo, a = by = b(±1) = ± b.
Reciprocamente, a = ±b
4.       ALGORITMO DA DIVISÃO EUCLIDIANA
TEOREMA DO ALGORITMO DA DIVISÃO EM N. Para cada inteiro n e cada inteiro d 0, existem inteiros q e r satisfazendo
               n=  d . q + r 0 r < d
Além disso, os inteiros q e r, nas condições acima, são únicos.
A versão mais útil desse teorema, para os inteiros, tem a seguinte forma:
TEOREMA 1.1 ( ALGORITMO DA DIVISÃO EM Z)  Para cada inteiro n, e cada inteiro d, com d 0, existem inteiros q ( quociente ) e r (resto) satisfazendo:
                                                   n = dq + re 0 r <
Além disso os inteiros q e r, nas condições acima, são únicos.
EXEMPLOS DE ILUSTRAÇÃO
Na divisão euclidiana de 23 p0r 10 temos                23
resto            3   2 quociente
Na divisão – 23 por 10 seríamos tentados a fazer            -23
                                                                                                     -3-2
É claro que -23 = 10 . (-2) + (-3), mas se quisermos o resto r nas condições do teorema 1.1( r não negativo e menor que o valor absoluto do divisor), o quociente e oresto no diagrama acima são inadequados. O diagrama correto seria       -23
                                                                                                    7-3
Pois -23 = 10 . (-3) + 7      e     0 7<
DEMONSTRAÇÃO DO TEOREMA 1.1
I.                    Existência de q e r.
( 1º caso n 0). Como > 0, pelo algoritmo da divisão em N, existem números naturais q e r satisfazendo
                      n =  . q + r ,  0 r <
Teremos então n = dq + r, com 0 r < , sendo  q = ±q conforme tenhamos, respectivamente, d > 0 ou d< 0.
( 2º caso: n < 0 )  Como > 0, pelo algoritmo da divisão em N, existem q, r N satisfazendo
 = q + re  0 r <
Então temos
                    -n=  q + r
                     n=  - q – r
Se r = 0,teremos n  =  - q  =  d(±q), conforme tenhamos, respectivamente,  d > 0 ou d < 0, logo n =  d(±q) + 0.
Se r 0, teremos                                       n =  - q – r
                                                                          = - q -  +  – r
                                                                          = (-q-1) + (  – r)
                                                                         = dq + r
Sendo q = ± (q + 1) (conforme se tenha, respectivamente, d > 0 ou d < 0) e r =  – r.
Note que 0 < r <  - < -r < 0  + < -r + <  0 < r<
II.                  Unicidade de q e r.
Sejam n e d dois inteiros, com d 0, e suponhamos que existam inteiros q1,q2, r1  e r2 satisfazendo
                              n = dq1 + r1 = dq2 + r2,com 0 r1 , r2<
Então
                                                  d(q1 – q2) = r2 – r1  .  =
Sendo 0 r1, r2 < , temos então <
Daí,
 .  = < < 1  q1 – q2  = 0  q1 = q2 e então, também, r1 = r2.

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